O Bom Rebelde

Foi nos apresentado este filme, pela professora de Psicologia B, porque exemplifica alguns dos processos pelos quais a nossa mente opera, particularmente no que respeita à aprendizagem, memória e emoção. O filme "O Bom Rebelde" reúne algumas destas características, bem como possibilita ao aluno compreende o que significa "pensar", decidir em função de emoções/sentimentos em, sobretudo, compreender que o comportamento de um indivíduo é complexo pois implica o estudo de um vasto conjunto emparelhado de processos e competências. 

Will Hunting (interpretado por Matt Damon) é o protagonista deste filme de 1997. Este jovem tem um passado muito doloroso, uma vez que sofreu de agressões por parte do pai. Este facto levou-o a passar toda a sua vida entre o bar (com os seus amigos) e a polícia. 

Certo dia, é descoberto a resolver um problema muito complexo por um dos professores de Matemática mais conceituados da Universidade, onde limpava o chão. Aos 20 anos, é reconhecido (pelos mais próximos) pela sua capacidade mental incrível, sobretudo na área da matemática, bem como uma excelente e invulgar memória fotográfica. 

Depois de se envolver em mais uma situação de "pancadaria", é preso e só consegue a liberdade graças ao professor de matemática mencionado anteriormente, que lhe paga a caução e o obriga a duas coisas: a trabalhar no Departamento de Matemática e a ter acompanhamento psicológico, por causa dos seus problemas de agressividade. Para além disso, o psicólogo vai ajudá-lo a eliminar todos os fantasmas do passado, que lhe deixaram bastantes sequelas. 

O filme desenrola-se sobre as lutas de Hunting consigo próprio, com a ajuda de Maguire (o seu psicólogo), que o tenta fazer vencer os traumas do passado (nem que tenha de recorrer aos seus próprios), abraçar as suas capacidades e o relacionamento com Skylar.

As grandes dificuldades na dimensão emocional apresentadas por Hunting, que tem uma inteligência superior, possibilitam o desenvolvimento e debate sobre a relação entre a razão e a emoção. Mais ainda, permitem-nos perceber que, de facto, todos os processos mentais se relacionam: de que vale ter um tipo de inteligência notável quando se vive numa "embrulhada emocional"? De que serve ser um génio, se daí não resultar motivação para fazer da vida uma experiência única de realização pessoal?

Vencedor do Globo de Ouro e do Óscar para "Melhor Argumento" em 1998, o argumento deste filme prende o espectador desde o início e, acima de tudo, toca e não deixa ninguém indiferente. Fala-nos de amizade e sobre como uma pessoa pode salvar outra, ou como uma palavra ou conversa pode ser inspiradora e confortante.

É de destacar o crescimento de Will: a sua inicial agressividade demonstra ser apenas uma resposta ao medo que tem em admitir a sua genialidade e, por isso, limita-se. O trabalho é a prova em formato cinematográfico de que a resposta para uma vida plena não está nos livros, mas no dia-a-dia, na convivência, nas relações humanas. Mostra ainda que o sucesso não é, necessariamente, conquistado através de um diploma.

É surpreendente um argumento tão coeso, apelativo e impactante ter sido produto de dois jovens atores (na altura), a quem não seria pedido um tão alto nível de maturidade. Mas a verdade é que o conseguiram, e de que maneira. De facto, foi quando escreveram e interpretaram este filme, que as carreiras de Matt Damon e Ben Affleck começaram a ter sucesso.

O Bom Rebelde é, então, um filme que transborda emoções, é uma lição. Matt Damon e Ben Affleck (melhor amigo de Will) presentearam-nos com uma experiência que pode atiçar de leve a vida, dada a qualidade dos discursos tão marcantes e intensos.


Bibliografia:

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