Memória Reconstruída

Numa aula de Psicologia B sobre a memória, foi nos proposto realizarmos um curto trabalho que consiste em contar uma história em que saibamos ou suspeitamos de que as coisas não aconteceram da mesma maneira de que nos lembramos delas.

Depois de pensar muito sobre este assunto, não cheguei a nenhuma conclusão nem a nenhuma história pessoal. A verdade é que, se me lembro de momentos passados, como é que posso saber que não são fiéis à realidade vivida?

O que me salvou foi ter ido jantar com os meus tios no Porto, num fim de semana, uma francesinha mesmo agradável! 

Estávamos todos a comer, menos o meu primo de 5 anos. Não conseguia mastigar porque tinha dores de dentes. Quando fomos ver, tinha um dente a abanar, pronto para cair.

Eu comentei que, quando era criança, o meu pai envolvia o meu dente em fio dental e prendia o fio a uma porta. Mal o meu pai abrisse essa porta, o meu dente era arrancado e a dor passava. 

A reação do meu primo foi óbvia: "Fogo, eras mesmo corajosa...". Admirada fiquei eu quando a minha mãe respondeu que eu nunca tinha deixado o meu pai mexer na porta, porque tinha medo e receio. 

Não quis acreditar, porém, enquanto recolhia fotos e vídeos para ilustrar a minha história de vida, encontrei vídeos meus no ato de arrancar o dente. Já tinha o fio dental no lugar certo, mas nunca tinha a atitude e a coragem precisas para concluir o trabalho.

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