Emoções

Mas porque é que a Psicologia se preocupa com as as emoções? Estudar o comportamento humano é o maior objetivo da psicologia e entender porque nos emocionamos e a maneira que a emoção influencia o nosso comportamento, faz parte desse objetivo. Quando se fala em emoções, o mais provável é confundirmos com sentimento ou afeto. Mas emoção e afeto não são sinónimos, tal como não o são emoção e sentimento apesar de estarem relacionados. 

A emoção é um impulso neural que move um organismo para a ação. É uma sensação física e emocional que é provocada por algum estímulo, que pode ser um sentimento ou um acontecimento. Vivenciar emoções é muito pessoal, elas podem ser sentidas de formas diferentes por cada pessoa. São publicas, transitórias, e não requerem necessariamente consciência. É a emoção que leva uma pessoa a reagir diante de um acontecimento. Como sabemos que estamos emocionados? Invariavelmente pelas sensações e movimentos que o nosso corpo produz, como alteração da respiração, choro, vermelhidão e tremores. 

A palavra emoção deriva do termo latino emovere, onde o "e" significa "fora" e "movere" significa "movimento". Isto faz sentido? Se o nosso corpo se movimenta enquanto estamos emocionados, então sim, faz sentido. O sentimento refere-se aos estados mais ou menos duradouras resultantes da intelectualização das emoções. Distingue-se da emoção devido a serem privados, duradouros e manterem relações privilegiadas com a consciência e a cognição. Já o afeto é uma sensação subjetiva que o individuo experimenta em relação a uma pessoa, objeto ou situação e que orienta o comportamento, resumidamente é o fenómeno emocional, agradável ou desagradável, produzido por uma influência exterior- sentimento de apego e ternura; afeição. Ter afectos é ser dotado da capacidade de dar e de receber, de amar e de ser amado, de perturbar e de ser perturbado, por exemplo.

A parir de casos como este, de pessoas com lesões pré-frontais, levaram á formulação de várias hipóteses. António Damásio e Paul Ekman estão entre os investigadores que estudaram estes casos. António Damásio, formulou o conceito de marcador somático. Estes são mecanismos que aumentam a precisão e eficiência dos nossos processos de decisão, os sinais automáticos que desencadeiam protegem-nos imediatamente da repetição de prejuízos anteriores ou alertam-nos para benefícios passados. Ou seja, quando experimentamos uma ação, ela desencadeia uma reação emocional baseada na nossa história. Ocorrendo como resultado de uma reação somática involuntária, construídas a partir das sensações psicossomáticas agradáveis ou desagradáveis sentidas no passado. As pessoas com lesões na região orbitofrontal são incapazes de utilizar marcadores somáticos, o que leva a que tenham recordações, mas as informações guardadas perderam grande parte do seu conteúdo emocional. Exemplo disto é conseguirem-se lembrar da morte um familiar, mas sem expressar qualquer tipo de sentimento.


Para além do estudo dos aspetos neurológicos das emoções, vários cientistas preocuparam-se por compreender os aspetos comportamentais que as envolvem. A teoria de Paul Ekman tem por base as expressões faciais e a forma como cada uma das emoções básicas pode ser expressa através de músculos faciais. Ele defende que há um conjunto de emoções básicas inatas. De acordo com Ekman, existem 6 emoções humanas básicas. O medo, ira, nojo, espanto, tristeza e alegria são emoções que podemos observar em todos os seres humanos, independentemente da cultura de pertença e dos processos de aprendizagem. As emoções básicas são universais, fáceis de ler, e comunicar e a associadas a expressões, previsíveis e inatas.

Se pensarmos bem, reparamos que não existem apenas estas seis emoções básicas. Com isto, existem então, outros comportamentos que podem igualmente ser definidos como emoções, que são fortemente influenciados pelas cultua, temos então, os ciúmes e culpas entre outros. Estes pertencem ás chamadas emoções secundárias.

O papel dos processos emocionais na vida quotidiana:

Será que o processo emocional tem impacto no nosso quotidiano? Como? As emoções são omnipresentes e, sim, têm um papel fundamental nas nossas vidas, tendo elas impacto na nossa maneira de aprender, memorizar, interagir ou decidirmos. Elas contribuem então, para criar laços entre pessoas, captar a atenção dos outros, alertar para perigos, condicionar escolhas e decisões e alterar o comportamento de quem as observa. A recente descoberta da importância científica do estudo dos processos emocionais, bem como o crescente interesse pelo papel das emoções no quotidiano intra e interpessoal, deram origem ao conceito de inteligência emocional. Este é a capacidade de decidir validamente em função dos objetos, ultrapassando frustrações, controlando impulsos e estabelecendo relações sociais. 

Resumindo é a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e dos outros e de lidar com eles. Investigadores defendem que a emoção pode facilitar a resolução de problemas, oferecendo aos recursos cognitivos soluções mais diversificadas e criativas. Defendem também, que a inteligência emocional remete-nos para um "pensador com um coração" que percebe, compreende e transforma relações sociais. O elemento distintivo da sua proposta é o facto de definirem a inteligência emocional a partir de um conjunto de capacidades ou habilidades que implicam pensamento abstrato e estratégias de resolução de problemas.

Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora