Bebés

"Bebés" é um documentário feito por Thomas Balmès que mostra a evolução de 4 crianças, duas que vivem em países em desenvolvimento e as outras duas em países desenvolvidos. 

O ponto central deste documentário é a forma como as crianças estão a construir-se culturalmente. Mostra as diversas condições em que os seres humanos são criados, os contrastes nas suas educações com a cultura a que estão expostos, práticas diferenciadas no que se trata à relação com os pais, com os animais que a família detém, bem como na conexão com o espaço onde vivem e nos cuidados relativos à higiene. 

Com isto, é diferenciada a forma com que as crianças descobrem o mundo onde vivem, sendo moldada a partir das questões culturais do contexto que estão inseridas. Para cada um, a alimentação, o idioma, a relação com o espaço habitado e com a sociedade, as roupas, entre outras coisas, são diferentes. Se, por um lado, um bebé anda nu pela terra, brinca perto de todo o tipo de animais como por exemplo cabras e galinhas, por vezes até mesmo sem supervisão dos pais, por outro, nos países mais desenvolvidos os pais têm uma constante preocupação com a higiene, com a supervisão e com o manter contacto apenas com animais domésticos. 

Mas será bom esta constante preocupação por parte dos pais?

Na minha opinião não. Não deve ser nem 8 nem 80. Talvez um pouco dos dois seria o ideal. 

Chama à atenção a maneira que a rotina das famílias interfere na criação das crianças. Uma das crianças aparece em muitas situações sozinho, acompanhado apenas pelo irmão pequeno. Outra das crianças aparece acompanhada com a mãe e no caso de uma das outras crianças, os pais tentam estar o máximo de tempo possível com ela, apesar de trabalharem. 

O espaço em que estas crianças habitam recebe destaque no documentário pois é onde muitas passam grande parte do tempo. Quase todas as crianças do documentário habitam numa casa que para nós é o considerada normal, sendo um pouco diferente a situação do grupo familiar residente na Namíbia onde praticamente todas as atividades são realizadas em grupo, sendo assim o espaço onde mais aparece o exterior. 

Apesar destas diferenças todas, os bebés têm aspetos em comum. Todos choram, riem, brincam, não demonstram medo, fazem as coisas sem se preocupar com possíveis perigos e sentem curiosidade. Estas são coisas que estão presentes no ser humano desde o início das suas vidas. 

É interessante observar que, mesmo que cada grupo representado no filme fale uma língua diferente, todas as crianças produzem os primeiros sons de forma parecida e procuram repetir aquilo que vêm e ouvem vindo dos mais velhos.

Neste vídeo podemos ver o quão somos e o quão, ao mesmo tempo, não somos privilegiados. Em relação á saúde, as condições de vida (entre outras coisas) numa criança que nasça num país desenvolvido tem muita sorte sem dúvida, mas perdem o contacto com a natureza, a imaginação para criar os próprios brinquedos - pois têm tudo o que querem - , o contacto com diferentes animais e até tornam-se por vezes muito dependentes dos pais, o que no futuro destas crianças lhes vai servir como vantagem. 

Posso concluir que, de um modo geral, vemos as diferentes maneiras dos pais em lidarem com os problemas e o quão temos todos características iguais, mesmo sendo muito diferentes. É possível perceber a influência que o meio tem sobre a construção da sua identidade.